domingo, 12 de julho de 2009

Aqui está-se bem, mas...


Bem-estar é o que sinto, quase sempre, quando aqui estou na quinta.
Excluindo a contrariedade de um ou outro raro momento menos positivo nos trabalhos ou nos contactos, fico bem com a despreocupação de formalismos, com a aragem fresca na cabeça que apaga alguma dor ou amargo de boca, com os sons relaxantes da água a cair e a correr na levada, para além de barulhos, não ruídos, dos animais, sejam eles pequenas abelhas e zângãos ou sejam as galinhas, os gatos e o “Nero”, passando pelo “pio” nocturno dos sapos e das aves que dormem de dia.


Passaria, facilmente para referências agradáveis ao verde das folhagens, mais dourado ou mais escuro conforme o sol e a sombra, ao cheiro da terra, das flores, dos frutos… e não acabaria …


Mas…embora sejam tamanhas tais belezas, sinto-me melhor se as entremear com um vagueio pelas linguagens da arte.

Desde criança que me sinto atraído pela plasticidade dos materiais e que os tenho manipulado com o saber que consigo, para obter resultados. Nos últimos anos tenho-me dedicado à cerâmica e procurado conhecimentos através das mais diversas formas, incluindo o contacto com artistas e a frequência de cursos da especialidade.

É o que vai acontecer amanhã. Parto por uma semana em Pontevedra onde vou ter o privilégio de aprender, trabalhando com a italiana SÍLVIA ZOTTA e o espanhol RAFA PEREZ, ambos personagens reconhecidíssimas da cerâmica contemporânea internacional, com prémios e honras de nível mundial.


Alguma ansiedade e avidez de aprendizagem estão a permitir que largue por uns dias o belo bucolismo que apregoei no início deste texto.